Tecnologias para o desenvolvimento inclusivo: coprodução de tecnologias assistivas para cegos em interação social

2016 – Atual

Coordenação: Profa. Dra. Marilise Luiza Martins dos Reis Sayão

 

Resumo:

O projeto de extensão “Tecnologias para o desenvolvimento inclusivo: coprodução tecnologias assistivas para cegos com base na interação sociotécnica” objetiva desenvolver com os alunos e professores dos cursos de Engenharia da UFSC, campus Blumenau, uma proposta de intervenção para o desenvolvimento de tecnologias assistivas para cegos e pessoas com baixa visão pautada por uma abordagem de interação sociotécnica. A temática “tecnologias assistivas” foi eleita como objeto de intervenção tendo em vista a amplitude que seu processo de produção gera e o envolvimento que o futuro engenheiro (de controle e automação, têxtil e de materiais) pode ter com a comunidade na qual a universidade está inserida. Os alunos, além de reconhecerem a rede sociotécnica que envolve o desenvolvimento de artefatos com essas especificidades, proporão projetos em tecnologias assistivas de acordo com as demandas que serão coletadas diretamente com pessoas cegas e com baixa visão na Associação de Cegos do Vale do Itajaí (ACEVALI), tendo como ponto de partida a participação ativa dos associados no desenvolvimento dos projetos. Para isso, o referencial teórico da Sociologia das Ciências e das técnicas, as metodologias da pesquisa-ação (THIOLLENT, 2011) e do desenvolvimento de projetos centrado no usuário subsidiarão este projeto de extensão. A ideia é que os alunos construam conjuntamente com os professores da área e com os associados e profissionais da ACEVALI (que já sinalizou positivamente pela parceria para o desenvolvimento deste projeto), atividades e estratégias que resultem em tecnologias assistivas para os grupos envolvidos, voltadas para o desenvolvimento regional e para interações sociais implementadoras de diálogos de saberes entre os sujeitos do processo. O pressuposto de formação desse engenheiro, como se pode ver, perpassa a concepção de que as sociedades são tecnologicamente construídas, ao mesmo tempo em que as tecnologias são socialmente configuradas. Tendo-se isso presente, a relação problema/solução passa necessariamente por compreender que os problemas, assim como as soluções, são construídos socialmente a partir da interação com os diferentes grupos sociais. É da compreensão de que todos os indivíduos possuem algum tipo de conhecimento que emerge a necessidade de formar engenheiros com a capacidade de trabalhar com os sentidos da alteridade na identificação e solução de problemas sociotécnicos.